Entre outras coisas, ele trazia consigo algumas histórias. Numa época em que nem televisão havia pelas bandas de lá, ouvir histórias, principalmente as dos mais velhos, era entretenimento e trazia conhecimento e sabedoria.
Ouvíamos, maravilhados e impressionados, eu, meus irmãos e meus primos tal história.
O mais lindo, porém, vinha ao final: apesar da tragédia do ocorrido, ele nos contava como um grupo de cristãos peregrinos, que haviam saído da Inglaterra em busca de novas oportunidades no "Novo Mundo", denominado à época Nova Iorque, se portaram à medida que o navio afundava.
Quando parecia que o pânico tomaria conta da situação, os crentes deram-se as mãos e começaram a cantar um hino que a orquestra de bordo havia começado a tocar. Esse hino era o "Mais Perto Quero Estar". (Nº 283 do Cantor Cristão, Nº 187 da Harpa Cristã).
Nesse momento meu avô parava a história e começava a cantar com sua voz potente de barítono:
Mais perto
Quero estar meu Deus de ti!
Ainda que seja a dor
Que me una a ti,
Sempre hei de suplicar
Mais perto
Quero estar meu Deus de ti!
Andando triste
Aqui na solidão
Paz e descanso
A mim teus braços dão
Nas trevas vou sonhar
Mais perto
Quero estar meu Deus de ti!
Minh'alma cantará a ti Senhor!
E em Betel alçará padrão de
Amor,
Eu sempre hei de rogar
Mais perto
Quero estar meu Deus de ti!
E quando Cristo,
Enfim, me vier chamar,
Nos céus, com serafins irei
Morar
Então me alegrarei
Perto de ti, meu Rei, meu Rei,
Meu Deus de ti!
...
Qual não foi minha surpresa no ano de 1997 quando assisti ao filme "Titanic" e vi a seguinte cena:
Muitas lembranças vieram à minha
memória... o meu avô e a veracidade dessa sua história!
...
A propósito: esse era também um dos hinos
que meu pai mais gostava!
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